quinta-feira, 25 de abril de 2013

500 anos depois...

Olá!!!
Quanto tempo, em?!
Hoje decidi fazer uma postagem escrita... to com preguiça de gravar um vídeo e escrevendo acho que consigo me expressar melhor.
Esse mês fez um ano que eu vim para os USA... passou voando! A decisão de ficar mais um ano aqui foi mais do que bem tomada, pois, sinto que ainda tenho muito a viver aqui.
Hoje, com minha nova família, tenho muito mais tempo para mim, e com isso, muito mais tempo para aproveitar tudo que eu não pude aproveitar antes. Estou conseguindo juntar uma grana legal, e o melhor de tudo, sem ter que fazer horas extras. Eu sou a prova viva de que horas extras nem sempre é a melhor maneira de se fazer grana. Sem contar que me sinto muito mais descançada, menos estressada e feliz.
Comemorei o meu primeiro ano de USA gastanto uma fortuna em um restaurante muito bom em Kirkland, com minha amiga que veio comigo na mesma data. Foi muito bom... durante o jantar começamos a refletir sobre nosso ano aqui. Concluímos que não somos mais as mesmas... amadurecemos, passamos por muitas transformações... me descubri mais forte e paciênte do que eu imagina ser... mais determinada também. Hoje posso dizer que sou uma mulher, não mais uma menina. 
Uma pergunta que me fazem com frequência agora é: vale a pena ser Au Pair?
Isso é meio complicado de se responder. Valer a pena, eu acho que sim... mas não para qualquer pessoa. 
Hoje enxergo o programa de uma forma muito diferente da visão que eu tinha antes de vir para cá. Pode se dizer que isso aqui é um mundo colorido de mentira. Mesmo agora estando com uma família que realmente entende do que se trata o intercambio do tipo Au Pair, eu ainda continuo vendo, quase que diariamente, histórias de outras meninas que tem passado por maus bocados com HF pelo país a fora. Por isso, digo, que é um mundo de mentira.
Quando chegamos na empresa, ainda no Brasil, para contratarmos este serviço, eles nos vendem um intercambio lindo, que além de ter um custo-benefício espetacular, ainda temos a oportunidade de trabalhar aqui, ter nosso própio dinheiro, ser parte de uma família americana, ser tratada de forma digna e com respeito. Mas infelizmente essa realidade cai por terra após os primeiros meses aqui. Lógico que existem excessões, como famílias boas (tipo a minha), que realmente fazem com que tenhamos tudo que a agencia no Brasil nos vendeu. Porém, infelizmente, isso é a minoria dos casos.
Todas as regras que regem esse programa são para benefício das HF. As regras que seriam para nosso benefício são vagas e elaboradas de uma forma que as HF ou agências possam se beneficiar delas. Não existe, na maioria dos casos, apoio concreto para as meninas por parte das agências, tanto as no Brasil, quanto as localizadas aqui nos USA. É quase impossivel encontrar uma LCC que vai apoiar e ajudar de fato a Au Pair em caso de rematch, ou quando a família descumpre as regras do programa. A maioria delas vão camuflar os problemas da HF fazendo falsas acusasões às Au Pairs, dizendo que não somos pacientes, ou que não estamos dando 100% de nós para que dê certo. As familias não passam por um teste psicológico antes de se tornarem HF, porém, todas as meninas tem que passar por uma avaliação psicológica antes de efetivamente entrar para o programa. Por isso o número de famílias com pais neuróticos, mães loucas e bipolares, no mundo de Au Pair é gigantesco.
O que vendem para nós no nosso país é uma coisa totalmente diferente do que a agencia vende para as HF. Para nós eles vendem um programa de intercambio e para as HF eles vendem uma opção barata, flexivel e acessivel de childcare. Pura discrepância.
Outra coisa que me deixa louca sobre o Au Pair Program é,  se entramos em rematch, independentemente se foi a familia quem pediu, ou a menina, a família tem a garantia de encontrar uma outra Au Pair (com excesão das  que fizeram algo muito grave, e são expulsas do programa [coisa que eu nunca vi acontecer]), porém, a menina não tem a garantia de encontrar uma nova HF, e a busca por uma nova familia tem um prazo de 2 semanas, já as familias não tem um prazo pré-determinado para encontrar uma nova Au Pair. Bem justo, né?! [NOT]
Eu odeio o programa de Au Pair? Não... porém não indico para qualquer uma... principalmente depois de tudo que eu vi e vivi durante esse ano.
Não me arrependo de ter vindo dessa maneira, e sou grata ao programa por ter me proporcionado a realização desse sonho e de uma certa forma ter aberto algumas portas para mim. Mas muitas coisas que eu passei aqui, e vi amigas passando também, eu não desejo para ninguem.
Depois de um ano a saudade da família e amigos aperta de uma forma diferente. Parece que aprendemos a viver com essa ausência e a saudade começa a fazer parte do nosso ser. Ainda continuo com a imensa vontade de morar aqui definitivamente, porém, não trabalhando como Au Pair ou Nanny. Cheguei no momento de começar a batalhar para validar o meu diploma aqui e, finalmente, exercer minha amada profissão. Tenho mais um ano pela frente garantido para lutar por isso.
Então é isso... espero que gostem e comentem...
Beijos!